quinta-feira, 17 de julho de 2008

Metro : 15.julho.2008


Beck: Modern Guilt
"Gamma Ray"
"Walls"
"Youthless"
"Volcano"


Wire: Object 47
"Patient Flees"

White Williams: Smoke
"Smoke"



Ratatat: LP3
"Mirando"
"Falcon Jab"
"Shiller"
"Shempi"




The Ting Tings: We Started Nothing

"Fruit Machine"
"That's Not My Name"
"Traffic Light"
"Great DJ"


Animal Collective: Water Curses [EP]
"Water Curses"

Megapuss
"Crop Circle Jerk '94" [download mp3]
"Duck People Duck Man"
[download mp3]



Elbow: The Seldom Seen Kid

"Grounds For Divorce"
"Some Riot"



The Raconteurs: Consolers of the Lonely
"You Don't Understand Me"

por João Terêncio, Emanuel Botelho e Inês Patrão

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Metro : sexta.11.julho.2008



Folke: Folke
"Oh Dad"
"Hey Little Bunny"
"Good Morning"





Essie Jain: The Inbetween
"You"
"Stop"
"Goodbye"





Animal Collective: Water Curses [EP]
"Cobwebs"
"Seal Eyeing"








James Blackshaw: Litany of Echoes
"Infinite Circle"




por Pedro Arinto e Inês Patrão

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Metro : sexta.4.julho.2008



Sun Kil Moon: April

"Lucky Man"
"Heron Blue"




Shearwater: Rook
"Leviathan, Bound"
"I Was a CLoud"
"The Snow Leopard"





Cam Deas: Five Bells
"Two More Days"





James Blackshaw: Litany of Echoes
"Past Has Not Passed"






por Inês Patrão e Ana Val-do-Rio

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Metro : sexta.20.junho.2008



Grouper: Dragging a Dead Deer Up a Hill
"Disengaged"
"Heavy Water/I'd Rather Be Sleeping"
"A Cover Over"





Sigur Rós:
með suð í eyrum við spilum endalaust (with a buzz in our ears we play endlessly)
"All Alright"
"
Með suð í eyrum" (With a buzz in our ears)
"Ára bátur" (Row Boat)


ouvir o álbum na íntegra

download mp3+vídeo: "Gobbledigook"
outros downloads


por Pedro Arinto e Inês Patrão

sábado, 7 de junho de 2008

crónicas do Primavera Sound - partes 2 e 3

Chegam com quase uma semana de atraso, mas ainda assim aqui ficam...


Sexta-feira, 30/05:

Depois de uma noite necessariamente mal dormida, não houve tempo para muito mais que um kebab antes de regressarmos ao Fórum, para um dia de apostas fortes. O timing foi perfeito. Entrar, correr para o palco Vice, e assistir a um dos concerto mas que mais expectativas nos criavam: os californianos No Age. Sem muito material editado até ao momento, era de esperar, tal como aconteceu, que o concerto se dividisse entre os hinos de Weirdo Rippers e as canções mais imediatas do recente Nouns. A seguir a isto exigia-se descanso, pelo que assistimos de longe ao concerto dos dinossauros The Sonics, enquanto recuperávamos forças na expectativa de um dos espectáculos que mais expectativas criavam: os Norte-Americanos Autolux. É inexplicável a tensão que se fez sentir durante essa hora. Um set inteligentíssimo, em que souberam deixar de fora os trunfos de Future Perfect, para brindarem o público presente com bastantes temas novos que irão certamente figurar em Transit Transit, como o primeiro avanço Audience no. 2. Seguramente um dos melhores momentos de todo o festival até agora. E a única boa razão para prescindir dos históricos Sebadoh.

Mais uma pausa para descanso, novamente ao som de dinossauros; desta feita os DEVO! (um concerto fabuloso, diga-se, mesmo visto de longe), e nova corrida para o ATP, novamente para uma proposta de extrema importância na actualidade: os britânicos Fuck Buttons. Um concerto abrasivo baseado no único álbum da banda, Street Horrrsing perante um público que parecia saber bem ao que ia, ao contrario do duo que não escondeu a surpresa pela calorosa recepção obtida.

O cansaço, que era por esta altura extremo, desvaneceu-se com a actuação dos The Go! Team num dos palcos principais. Não que o concerto fosse motivo para descanso, mas a energia de Ninja e Cia. era de tal forma contagiante que durante mais de uma hora foi impossível parar de saltar ao ritmo das canções de Thunder, Lightning, Strike! e Proof of Youth.

Até ao final, tempo apenas para assistir aos devaneios tropicais de El Guincho, artista da casa que tem ganho uma firma reputação internacional nos últimos meses à custa do excelente Alegranza!, com que recebeu rasgados elogios e comparações a Panda Bear por parte da imprensa especializada.

O peso excessivo do cansaço acumulado levou-nos a prescindir, com muita pena, dos canadianos Holy Fuck. Restava-nos esperar pelo metro e regressar a casa, na esperança de recuperar forças para o último dia da edição deste ano do festival Primavera Sound.


Sábado, 31/05

Mais uma vez, o cansaço fez das suas. A necessidade de poupar esforços levou-nos a prescindir de nomes como Bon Iver e Times New Viking, já que a noite que se avizinhava prometia demasiados concertos imperdíveis.

Logo a abrir, no palco Vice, a actuação do menino-prodígio Bradford Cox, aliás Atlas Sound. Uma performance pontuada por muitos momentos de amena cavaqueira com o público, entrecortados por canções perfeitamente desconhecidas, mas com o habitual toque de Midas do vocalista dos Deerhunter, que também haviam de tocar nessa noite.

Por essa altura começávamos já a antecipar com alguma ansiedade um dos momentos mais aguardados do festival: o concerto dos enigmáticos Young Marble Giants, quase trinta anos após a edição de Colossal Youth, o único registo da banda. Houve, ainda assim, tempo para nos dividirmos entre Silver Jews e Lightspeed Champion para três ou quatro canções antes de nos deslocarmos ao auditório do Fórum Barcelona. Valeu a pena, diga-se, criar expectativas acerca do concerto que aí vinha. Os Young Marble Giants iguais a si próprios (ou iguais àquilo que seria de esperar deles), num alinhamento em que tocaram praticamente todos os temas dessa peça de culto que é Colossal Youth de forma absolutamente exímia. E mais estáticos que uns Kraftwerk daqui a quinze anos.

Findo o concerto no auditório, tempo para mais uma pausa. Ao longe podia escutar-se a actuação de Stephen Malkmus no palco Vice. Mas o concerto que se aproximava exigia descanso prévio. Regresso ao palco ATP para reencontrar Bradford Cox e os Deerhunter. O arranque ao som de Spring Hall Convert ajudou a reforçar a convicção de que este seria um dos concertos mais intensos de todo o festival, e assim foi. Entre as canções de Cryptograms e muitos, mesmo muitos temas a figurar no próximo álbum da banda (Microcastles, ainda sem data de edição marcada) os Deerhunter mostraram-se mais maduros em palco, ainda que sem perder a inocência e a alegria de tocar que desde o início os caracterizou. Nenhuma expectativa foi defraudada.

Tempo para mais uma pausa, desta feita para auscultar opiniões no backstage do palco ATP, por onde vimos passar algumas das pessoas mais importantes da música na actualidade. Por lá andavam os Shellac de Steve Albini, cuja actuação sucedeu a dos Deerhunter. De seguida, mais uma performance brilhante: Les Savy Fav, que apesar de estarem a promover um álbum menos bem conseguido que os anteriores (Let’s Stay Friends), provaram que é no palco que atingem a totalidade do seu potencial, levando ao rubro aquela que foi talvez a maior plateia do palco ATP.

As atenções deslocaram-se de seguida para o palco Estrella Damm, um dos principais, onde actuaram os Animal Collective, para um dos melhores momentos de todo o festival. Era de esperar, diga-se. Ainda assim não deixou de ser um espectáculo impressionante, sobretudo tendo em conta os milhares e milhares de pessoas que a ele assistiam num êxtase absoluto. E assim se fechou com chave de ouro mais uma edição de um dos melhores festivais de música do mundo.

 

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Metro : sexta.6.junho.2008


Fleet Foxes: Fleet Foxes
"White Winter Hymnal"
"Tiger Mountain Peasant Song"
"Heard Them Stirring"




Au: Verbs
"All Myself"
"Two Seasons"
"All My Friends"




Laura Gibson: Six White Horses [EP]
"All the Pretty Horses"




por Pedro Arinto e Inês Patrão

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Quando Pêro Vaz de Caminha descobriu que as terras brasileiras eram verdejantes escreveu uma carta ao Rei...





Caetano Veloso. Gilberto Gil. Os Mutantes. Gal Costa. Nara Leão. Tom Zé. Capinam. Torquato Neto. Jorge Ben. Rogério Duprat. Passados 40 anos alguns de nós começam a compreender a real dimensão de um manifesto cultural a que chamaram de Tropicalia. Este documentário da BBC (aqui dividido em duas partes) é apenas mais um complemento à grande entrevista dada pelo Ricardo Saló sobre a matéria, há coisa de duas semanas na 2: e à última edição do Metro, na qual destacámos o álbum/manifesto Tropicalia ou Panis et circenses. O enquadramento político e social da altura, a sua conexão com os movimentos estudantis de massas que lhe foram contemporâneos, os depoimentos de Caetano e Gilberto, a influência da cultura pop e dos Beatles, o canibalismo cultural levado ao seu extremo (a auto proclamada "geleia geral"), o concretismo poético... a rara capacidade de se conseguir ser celebratório sob as nuvens cinzentas e opressivas. A manhã tropical se inicia, resplandente, cadente no calor girassol de alegria...

Pedro Sousa

sábado, 31 de maio de 2008

Diário do Primavera Sound: 29/05

É preciso dizê-lo: o Primavera Sound é muito provavelmente o melhor festival do mundo. Não há grande coisa a explicar. É só e apenas a melhor recolha de artistas da actualidade e não só. Mas já lá vamos.

Quinta-feira, 29 de Maio:

O dia foi longo. como seria de esperar. Foi necessário pesar prioridades. MGMT pode ter sido muito bom, mas eu escolhi Mt. Eerie e não posso arrepender-me. Tudo por aqui é demasiado bom. A tarde seguiu com The Microphones (nada mais nada menos que Phil Elvrum, um dos Mt. Eerie). Um concerto intimista, como seria de esperar, no palco "All Tomorrow's Parties", muito possivelmente o melhor espaço para quem veio unicamente à procura de música.

As prioridades pesaram a seguir para o palco "Vice": Enon e Health de seguida. Um arranque frenético mas necessário, para uma noite que prometia o melhor. Depois foi correr para o palco CD Drome, onde actuaram Caribou, Prinzhorn Dance School e Midnight Juggernuts. As expectativas foram no mínimo superadas, é preciso dizê-lo. É fácil e perceber porquê: Dois dos melhores projectos da actualidade do panorama indie rock, seguidos de uma dupla responsável por muitos saltos em pistas de dança um pouco por toda a parte.

Tudo por aqui vale a pena; é fácil de perceber porquê: tudo por aqui é fantástico. Vive-se um ambiente de celebração absoluta. A motivação generalizada é a música. Nada mais, nada menos. As bandas dispensam roadies e fazem o seu próprio sound-check. A entrega, no momento de pisar oficialmente o palco, é absoluta. Os sorrisos notam-se não só no público, mas também nos artistas, que parecem não contar com tal recepção. Estamos, é importante dizê-lo, em Barcelona. Não há grande espaço para vedetismos bacocos.

O Primavera Sound é, muito possivelmente, o melhor festival do mundo. Admitindo com reservas que não o é, será pelo menos a melhor montra musical da actualidade na Península Ibérica. Vale a pena a visita, não só pela música, mas também pelo ambiente que se vive. Toda a gente por aqui respira música por todos os poros.

Amanhã é mais um dia de escolhas difíces, como seria de esprar. Não se trata ó de prescindir de Bill Callahan pelos No Age, as escolhas tornam-se mais difíceis ao longo do dia. Autolux ou Sebadoh? Why? ou DEVO? Ellen Alien ou El Guincho? Holy Fuck ou Supermayer? Tudo por aqui vale a pena. Moeda ao ar?

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Metro : sexta.30.maio.2008

Esta semana fomos buscar um disco esquecido a 2007 e apresentámos outro novinho em folha, de uma das bandas mais entusiasmantes do folk/rock actual. Vimos dois grandes concertos: CocoRosie (26 de Maio, TAGV), surpreendentemente colorido e viciante; Scout Niblett (29 de Maio, Mercado Negro), num espaço demasiado pequeno para a atenção e dedicação que esta senhora merece. Descobrimos uma banda nova, que lançou um belíssimo disco de estreia no ano passado e se prepara agora para apresentar o segundo trabalho. Foi uma boa semana :)



Serafina Steer: Cheap Demo Bad Science
"Tiger"
"Peach Heart"






Port O'Brien: All We Could Do Was Sing
"Fisherman's Son"
"Don't Take My Advice"








Scout Niblett
"No Scrubs (live)"







Scout Niblett
"Good To Me/No Scrubs" (live in Toronto, May 23rd, 2008)


Au
"Boute" (from "Au", 2007)

entusiasmo partilhado por Pedro Arinto, Inês Patrão e João Terêncio

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Metro : sexta.23.maio.2008



Scarlett Johansson: Anywhere I Lay My Head
"Song For Jo"
"No One Knows I'm Gone"





Bonnie "Prince" Billy
: Lie Down In The Light

"For Every Field There's a Mole"
"Missing One"
"Lie Down In The Light"




Vetiver: Thing Of The Past
"Roll On Babe"
"Sleep A Million Years" (feat. Vashti Bunyan)




por Pedro Arinto e Inês Patrão

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Metro : sexta.16.maio.2008


Wye Oak: If Children
"Please Concrete"
"Regret"
"Keeping Company"
download mp3




Raz Ohara & The Odd Orchestra: Raz Ohara & The Odd Orchestra
"Happy Song"
"Counting Days"
"Set On You"





The Breeders: Mountain Battles
"Night of Joy"




por Pedro Arinto e Inês Patrão

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Metro : sexta.25.abril.2008


Portishead: Third
"Hunter"
"Deep Water"
"The Rip"











Mariee Sioux: Faces in the Rocks
"Wizard Flurry Home"
"Friendboats"






Young Marble Giants: Colossal Youth (reed.)
"Brand-New-Life"

concerto raro:
30 de Maio
Casa da Música



entusiasmo e nostalgia por Pedro Arinto e Inês Patrão

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Metro, interrompido

As emissões do Metro de sexta-feira foram adiadas nas duas últimas semanas devido à habitual transmissão em directo dos jogos da Académica. Estamos de volta amanhã e estamos a avisar... andamos a ouvir isto:




















aqui ouve-se na íntegra.

terça-feira, 15 de abril de 2008

alinhamento de terça-feira, 15 de abril

wooden shjips - blue sky bends (wooden shjips, 2007)

enon - grass geysers... carbon clouds (touch & go, 2007)

- colette
-paperwights
-sabina
-dr. freeze

fuck buttons - sweet love for planet earth (street horrrsing, 2008)

the breeders - mountain battles (4AD, 2008)

-overglazed
-german studies
- night of joy
-bang on

joão terêncio & emanuel botelho

alinhamentos de displicentes terças-feiras

08/04/08

m83 - couleurs (saturdays=youth, 2008)

the black keys - attack and release (nonesuch, 2008)

-strange times
-i got mine
-remember when (side b)
-psychotic girl

the b-52's - pump (funplex, 2008)

japanther - skuffed up my huffy (exo, 2007)

-cable babies
-seventy-nine
-fuck tha prince a pull iz dum
-river phoenix

spiritualized - sweet talk (songs in A & E, 2008)

01/04/08

fuck buttons - street horrrsing (atp records, 2008)

-sweet love for planet earth
-bright tomorrow
-colours move

team robespierre - 88th. precinct (fake gold ep, 2007)

crystal castles - crystal castles (last gang, 2008)

-air war
-crimewave

joão terêncio & emanuel botelho


segunda-feira, 14 de abril de 2008

Kelly, o Moon Safari faz 10 anos!




















Parecia
improvável, um álbum cuja faixa de abertura é um instrumental down-tempo com 7 minutos, vir a tornar-se um clássico dentro dos trâmites da pop electrónica. Mas aí está, a fazer jus à intemporalidade (Nic Harcourt, locutor da KCRW, disse que Moon Safari soa a um passo para o futuro; ironicamente, já que os principais ingredientes incluem o new wave, euro disco e sintetizadores), a soar tão refrescante como há dez anos.

Como não podia deixar de ser, temos festa. Que é como quem diz, temos reedição de luxo: para além do disco original, um segundo com remisturas, raridades e sessões de rádio e um DVD com o documentário sobre a banda "Eating, Sleeping, Waiting & Playing" e outros extras. Continuamos a achar que falta aqui o macaco com a t-shirt do Sexy Boy :)





Air : "Kelly Watch the Stars"

Links:
Site oficial comemorativo dos 10 anos de Moon Safari
Site oficial da editora Astralwerks
Site oficial dos Air
Canal oficial no YouTube

inês patrão

sexta-feira, 11 de abril de 2008

My love goes undeclared

click to comment

Pergunto-me como um projecto tão estanque nas suas fronteiras se pode mostrar tão contagiante, revelando uma tal capacidade para nos contorcer, coagindo-nos a mecânicos movimentos que, apenas por embaraço, não são mais que indiferentes e imperceptíveis para quem ao nosso lado segue viagem, também ela imersa no que o seu iPod esconde. A compulsiva necessidade de batermos com as solas no chão à medida que a percussão de Logan Kroeber dá lugar à voz de Meric Long, logo nos primeiros instantes de Fools, revela-me que aquele outro iPod não esconde os The Dodos. Mas será que nesta carruagem alguém os escuta? Apenas algumas conversas interrompem o cúmplice silêncio dos passageiros à minha volta. Ninguém denuncia Ashley num disfarçado olhar melancólico, ninguém se permite bater com o indicador na dura capa de um livro ao som de Jodi. Apenas o ritmo do próprio comboio parece uma extensão daquele outro que encontramos na bateria de Kroeber as passarmos por The season. É uma longa viagem a de Visiter. Não uma jornada espiritual como num filme de Wes Anderson. Este comboio não ostenta cores e especiarias. Vive de sobressaltos e do repentismo de dois autores, que encontraram na estrada a intensidade que mais tarde carrearam para o estúdio. Ao longo do caminho a voz de Meric surge próxima e autêntica, denunciando um passado distante que permanece ancorado na sua memória. Existe algo de tremendamente honesto nas suas vocalizações, que nos embalam e de imediato nos agitam. Um passado contido e irrequieto. Algo que tentamos reprimir como os movimentos que nos assaltam. Imperceptíveis aos restantes olhos que se fixam na chegada...



(Um abraço ao Rui Oliveira que marcou presença no Metro conduzido pelos The Dodos. Em breve sob escuta no nosso Podcast)

Pedro Sousa

segunda-feira, 7 de abril de 2008

I Want My Pitchfork.tv















O conceito é mais do que atractivo: um canal de televisão dedicado à música independente, totalmente gratuito, disponível 24h na internet. Do bom e velho videoclipe a actuações exclusivas em caves e telhados, mini-documentários de produção própria, entrevistas, concertos integrais ou documentários em formato longa-metragem (começando já com loudQUIETloud, que documenta a digressão de reunião dos Pixies).

As origens da televisão dedicada à música no velho continente remontam a 1987, com o lançamento do canal MTV Europe. O primeiro videoclipe a ser exibido foi este "Money For Nothing" (o single mais bem sucedido dos Dire Straits), com o icónico "I want my MTV" cantado por Sting.



Muita coisa mudou desde então (a MTV tem actualmente um canal próprio na maior parte dos países europeus e o conceito de "music television" que lhe deu o nome é cada vez mais difuso) e talvez por isso parece-nos que continua a fazer sentido exigir um canal dedicado à música que gostamos (e gostamos de descobrir).

Senhoras e Senhores: chegou a Pitchfork.tv.

inês patrão

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Metro: sexta.4.abril.2008


A propósito da passagem desta senhora por Coimbra (3 Abril 2008, TAGV)...

Colleen: Les Ondes Silencieuses (2007)
"Sun Against My Eyes"






Silje Nes: Ames Room
"Ames Room"
"Bright Night Morning"
"No Bird Can



Às vezes as maravilhas das novas tecnologias dão nisto. Descobrimos este rapaz na comunidade Last.fm (se isto para vocês é chinês, tendes aqui uma explicação em inglês). Enviámos-lhe um email e ele enviou-nos um EP. E vocês podem fazer o mesmo. É gratuito, mas ele aceita atacadores coloridos em troca.

In Bear Suits: Songs About Some People I Made Up [EP]
"Harebrain Elaine"
"Easter Tiger"
[ouvir o EP na íntegra]
[download da 1ª versão do EP]


Por Pedro Arinto e Inês Patrão

sexta-feira, 28 de março de 2008

Metro : sexta.28.março.2008



Valet: Naked Acid
"We Went There"
"Kehaar"

[download mp3 no MySpace]




The Dodos: Visiter
"It's That Time Again"
"Walking"
"Ashley"
[download mp3 no MySpace]





Destroyer: Trouble In Dreams
"Blue Flower, Blue Flame"
"Leopard of Honor"




por Pedro Arinto e Inês Patrão

terça-feira, 25 de março de 2008

El Guincho is da Bomb!

Cave - Drum like devil (Hunt like devil/Jamz, 2008)

Dirtbombs - We have you surrounded (In the red, 2008)
-Wreck my flow
-Sherlock Holmes (versão para os Sparks)
-Leopardman at C&A

The Breeders - German studies (Mountain Battles, a sair em Abril de 2008)

El Guincho - Alegranza (Discoteca Oceano/Rough Trade, 2007)
-Fata morgana
-Palmitos park
-Antillas

Sebastien Tellier - Divine (Sexuality, 2008)
Atlas Sound - Ativan (Let the blind lead those who can see but cannot feel, 2008)
Jay Reatard - Blood visions/Puppet man (Blood visions, 2007)


Emanuel Botelho e João Terêncio

Outras terças bissextas

Fica aqui um resumo do que foi o Metro nas duas últimas e preguiçosas terças:

14.03.08

Cave - Hunt like devil/Jamz (2008)
-Hunt like devil
-Drum like devil
-04.24.06

Retribution Gospel Choir - Retribution Gospel Choir (2008)
-Destroyer
-Take your time (original dos Low)
-For her blood

--------------------------------------------------------------------------------------
18.03.08*

The Honeydrips - Here comes the future

The Raveonettes - Dead sound (Digital Leather Remix)
Beck - Timebomb

Sebastian Tellier - Sexuality (Record Makers, 2008)
-Roche
-Kilometer
-Divine
-L'amour et la violence

*Com a efusiva presença de Hugo Gomes

Emanuel Botelho e João Terêncio

terça-feira, 11 de março de 2008

Metro: terça.11.março.2008


Adele: 19
"Daydreamer"
"Crazy for You"
"First Love"






"Daydreamer" ao vivo no programa da BBC2 "Later...with Jools Holland"
[mais sobre o senhor e o programa aqui]



Spokane: A Small Commotion
"Leisure"
"The Absentee"
edição exclusiva p
ela loja digital eMusic
(download gratuito para subscritores do serviço)




Skyphone: Avellaneda
"One Step Closer To The Ground"
"Schweitzerhalle"



por Pedro Arinto e Inês Patrão

Emily Jane White















durante uma temporada que passou em França, perguntavam-lhe no final de um concerto porque é que ainda não tinha lançado um disco, porque é que não andava em digressão, porque é que não tinha editora... ao que não soube responder. nós também não.


esqueçam as comparações com Cat Power (e gostamos muito dela, é das artistas que mais passamos no Metro) ou outros nomes. esta menina tem voz própria (lindíssima) e histórias fantasmagóricas quanto baste para contar. "Dark Undercoat", disco de estreia do final do ano passado, reúne cinco anos de escrita de canções e foi recuperado (mais uma vez) no Metro da passada sexta-feira.

fica o vídeo de "Wild Tigers I Have Known", tema escrito para o filme do mesmo nome, primeira longa metragem de Cam Archer. o filme estreou no Festival de Sundance em 2006 e foi produzido por Gus Van Sant. podem ver o trailer aqui. Archer tem no currículo vídeos para bandas como os Xiu Xiu, Zero 7 ou Six Organs of Admittance e assina também a realização de todos os vídeos de Emily Jane White até à data.


[download mp3]

inês patrão

sexta-feira, 7 de março de 2008

Metro : sexta.7.março.2008


High Places: 03/07 - 09/07
"Banana Slugs/Cosmonaut"
"Head Spins (extended version)"
"Universe"
edição exclusiva pelo eMusic Selects



Moriarty: Ge
e Whiz But This Is A Lonesome Town
"Jimmy"
"Lovelinesse"
"Fireday"




Emily Jan
e White: Dark Undercoat
"Dark Und
ercoat"
"Wild Tigers I Have Known"
(download mp3)



por Pedro Arinto e Inês Patrão

terça-feira, 4 de março de 2008

alinhamento de terça-feira, 4 de março

m83 - couleurs (saturday = youth, 2008)

destaque: the kills - midnight boom (10/03/08)

-hook and line
-sour cherry
-getting down
-tape song
-what new york used to be
-good night, bad morning

dirtbombs
- wreck my flow (we have you surrounded, 2008)

these new puritans
- swords of truth (beat pyramid, 2007)

wooden shjips
- losin' time (wooden shjips, 2008)


emanuel botelho & joão terêncio

sábado, 1 de março de 2008

Pretextos fúteis para mais uns quantos dias úteis

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Quinze anos passados desde a edição de Slanted and enchanted, um verdadeiro marco no vasto território indie, muito parece ter mudado na vida de Stephen Malkmus. Após os últimos batimentos dos Pavement por volta da viragem do século, o carismático vocalista e letrista do projecto californiano mudou-se de malas e bagagens para a menos solarenga cidade de Portland. Hoje, ao assumir responsabilidades paternais, Stephen leva uma vida bem mais calma do que aquela que levou ao longo da década de 90; o que não significa que se tenha desligado da sua vocação artística. Desde que se mudou para Portland já editou quatro trabalhos, aproveitando também o facto de esta cidade estar assinalada no mapa como um daqueles geisers em permanente ebulição artística. Nela formou os The Jicks, um quarteto que conta ainda com Joanna Bolme, Mike Clark e a baterista Janet Weiss (ex-Sleater Kinney), nunca tendo desta forma abraçado uma carreira verdadeiramente a solo. Embora nesta sua segunda vida os The Jicks possam ser vistos como meros músicos de estúdio que não interferem no processo criativo de Stephen, em recentes entrevistas tem este reafirmado que se trata de um projecto sólido e envolvente. Para que este projecto se tornasse uma realidade, muito contribuiu a recente exclusividade de Janet Weiss, que parece ter deixado para trás, e em definitivo, outros projectos paralelos.



O resultado de semanas divididas entre um estúdio em Montana e a casa do singer songwriter Jeff Tweedy em Brooklyn intitula-se Real emotional trash. O legado dos Pavement permanece intocável, seja na assunção de um riff de guitarra quando o esperamos, ou na forma como Stephen imprime a cada verso uma vocalização que, ainda hoje, é imediatamente identificável como sendo sua. As suas capacidades enquanto letrista mantêm a estranheza e a complexidade que lhe renderam um verdadeiro culto (na contagiante faixa Wicked Wanda canta "Wicked wicked Wanda / She's not so good to go out / I'd rather go out with Rwanda).



Ao escutarmos Real emotional trash recordamos a cumplicidade criativa que aproximava os Pavement e os Sonic Youth, percorremos o imaginário de Stephen Malkmus enquanto cronista urbano, possuidor de um fino recorte de ironia, revisitamos o legado dos Kinks (de forma indisfarçável em We can't help you e Gardenia) e matamos saudades de Crooked rain, crooked rain, que ainda hoje alguns de nós escutam regularmente, como se de um troféu se tratasse. Go back to those gold sounds...



De assinalar ainda a curta passagem pelo EP Light works, o mais recente trabalho dos Aloha, projecto oriundo de Brooklyn, NY, que curiosamente, após a edição de dois álbuns, convoca as atenções da imprensa norte americana com este EP de seis faixas. O que à partida pretendia ser apenas um "aquecimento" para a gravação de um futuro longa duração, acabou por render aos Aloha o reconhecimento da imprensa e muitos mais olhares atentos por parte daqueles que até esta data ainda não seguiam os seus trabalhos. O indie rock algo etéreo de temas como Broken light, na qual a percussão e a voz de Tony Cavallario predominam, elevam as expectativas em relação ao próximo álbum destes nova iorquinos.

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Deixando o capítulo norte americano para trás, regressámos na última semana à Europa. A Carla já me tinha garantido que o novo álbum de Goldfrapp era diferente dos anteriores, porém confesso que não esperava que fosse tão despojado e surpreendente. A voz de Alison surge-nos doce e pastoral. As composições tingidas pelo imaginário de Nick Drake e Syd Barrett, nomes maiores e tantas vezes repetidos, quando se trata da tradição folk britânica. Os elementos electrónicos apenas pontuam cada faixa, de uma forma secundária e ostensivamente despercebida, capturando cenários como aquele que ilustra este texto. Longe vão os tempos das vocalizações épicas e límpidas que encontrávamos em Felt mountain; mais estranho, face ao presente, as sucessivas incurdões por uma electrónica dançável. O resultado de Seventh tree radica nas melodias pop de Caravan girl, em refrões que se repetem como o de Happiness, e em Clowns, uma faixa destinada aos primeiros raios de sol...



Raios de sol que mais dificilmente chegam a Gotemburgo, cidade que, tal como Portland, se destaca pela sua efervescência artística. A partir da qual dois nomes têm lançado blitzes nos últimos tempos, recolhendo cada vez mais militantes para uma causa cujo objectivo maior é a perfeição pop: Jens Lekman e El Perro del Mar. O primeiro capitaliza hoje, por território norte americano, os efeitos de Night falls over Kortedalla, enquanto que Sarah Assbring acaba de editar o seu segundo longa duração: From the valley to the stars.



Um segundo trabalho em que a jovem autora sueca procura soluções para as suas composições que pareciam demasiado reféns do carácter mimético e repetitivo do primeiro álbum. A estrutura das suas faixas parte sempre da repetição de uma melodia e da palavra, e da exploração da sua voz, num tom melancólico e por vezes distante. Em From the valley to the stars nada disto se perde, contudo Sarah introduz não só instrumentos que nos remetem para uma atmosfera menos fria do que aquela que percorria Look! It's El Perro del Mar, como confere a algumas das faixas uma marca quase religiosa, pela forma como utiliza orgãos de igreja e coros da mesma natureza (presentes em Happiness won me over). Trata-se de uma fuga possível face ao curto perímetro que a estrutura das suas composições lhe oferece, restando ainda espaço para faixas como Somebody's baby, puro exercício pop que parece ter transitado das sessões do seu trabalho anterior, ou Inside the golden egg, deliciosa peça instrumental remanescente da década de 40, devendo bastante aos pequenos exercícios de Damon Albarn, que encontrávamos nos primeiros álbuns dos Blur. E se em palco, Sarah se apresentava tendo o auxílio de samples e de apenas dois músicos (e recordo-me de um concerto abusivamente barulhento no Imago há dois anos), afigura-se curioso o formato que terá em mente de modo a transportar para o palco esta marca de maior sobriedade, e por vezes complexidade, que incorpora From the valley to the stars.

PS: Entre estas duas viagens do Metro de Quarta-feira, uma terceira contou com a presença da Inês Patrão que, pela segunda vez, acompanhou a Carla num programa em que se destacaram os álbuns do projecto The Do e de Chris Walla. Encontram a setlist deste programa num post que a Inês aqui colocou. Aproveitamos pois para agradecer à Inês, assim como à Sara Mendes, pelas substituições de última hora, face a imprevistos que não são nada indie.