terça-feira, 30 de outubro de 2007

Delta Charlie Delta

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Torna-se um pouco redutor pensar em Les chansons d'amour como apenas mais um filme. Para além dele persistem as composições de Alex Beaupain. E um actor maior chamado Louis Garrel.






Pedro

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Metro : sexta.26.outubro.2007

Phosphorescent: Pride

"A Picture of Our Torn Up Praise"
(download mp3)
"Wolves"
(download mp3)


mp3 do álbum Aw Come Aw Wry (2005)
"I Am a Full Grown Man (I Will Lay In the Grass All Day)"
"Joe Tex, These Taming Blues"

críticas
Dead Oceans (editora)
Pitchfork

Stereogum

Radiohead: In Rainbows
"Reckone
r"
"Videotape"


críticas
dos fãs
do site Pitchfork
do site Stereogum

a teoria dos zeros e uns à volta do último álbum dos Radiohead




Ell
iott Smith: New Moon
"Miss Misery (early version)"






vídeo: "Miss Misery" (Good Will Hunting Soundtrack, 1997)

outros vídeos

a mítica actuação nos Oscars
"Miss Misery" versão acústica na MTV

notícias
Elliott Smith no novo filme de Gus Van Sant: Paranoid Park (site oficial)
Elliott Smith nos livros:
"The Anti-Matter Anthology: a 1990's Post-Punk & Hardcore Reader"
"Elliott Smith", pela fotógrafa Autumn de Wilde, prefácio por Beck Hansen e Chris Walla
















Elliott Smith
6 Agosto 1969 - 21 Outubro 2003

XO

[photo by Autumn de Wilde]

realização e locução alargada por Inês Patrão e Pedro Arinto

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Gloria Esperanza Montoya

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Quando, ao longo de um álbum, as suas faixas nos surgem dispersas e estanques, desprovidas de um fio condutor que as entrelace, esse trabalho poderá nos surgir como menor. É certo que a fórmula não garante uma prevalência de uns sobre os outros, mas qualquer álbum conceptual envolve uma componente muito apelativa: a sua lírica. Aqui, o autor ganha uma dimensão de narrador, rascunhando um roteiro que teima em cumprir ao longo de uma dúzia de faixas, partindo de conceitos tão inusitados como cores (Whirlwind Heat Do rabbits wonder?), signos (Sufjan Stevens The year of), as 24 horas de um dia (The Divine Comedy Promenade) ou mesmo um próprio fio ou marca que percorre todas as composições (Camille Le fil). A definição de limites prévios por parte do autor assemelha-se bastante ao escritor que escreve uma short story, tendo de guiar as suas personagens através de um percurso demarcado na sua extensão, condensando a narrativa em cada momento.



Mas uma maior dimensão ganha um álbum conceptual quando a narrativa que o alimenta é actual e verdadeira. Este é o caso de Glory Hope Mountain, o segundo exercício dos The Acorn, projecto oriundo de Ottawa, Ontario, através do qual Rolf Klausener narra a epopeia da sua mãe Gloria Esperanza Montoya, desde os tempos quando ainda jovem era forçada a trabalhar nos campos das Honduras, até à sua fuga para o Canadá, e à forma heróica como resistiu até encontrar a estabilidade.

Ao longo de doze faixas seguimos um relato de alguém que procurou sobreviver, focando cada uma das letras uma das questões mais prementes e actuais deste milénio: os fluxos migratórios e a incapacidade de, por vezes, os países de acolhimento lhes darem uma resposta.



Esta viagem é pontuada pelas influências do próprio Rolf Klausener, pelo que encontramos uma forte influência da música tradicional hondurenha e incursões por sonoridades africanas, designadamente do Mali, país no qual Rolf passou algum tempo da sua vida. Porém não se trata de um registo de world music cantado em inglês, mas sim um trabalho onde se sobrepõem hemisférios, e no qual a sedentária fórmula da indie pop/folk norte americana é enriquecida pelo passado do seu autor.

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Metro este remetido ao continente americano, passando novamente por Austin, desta vez destacando o projecto Peter & The Wolf. O seu mais recente trabalho, The Ivori Palms, demonstra mais uma vez a efervescência criativa daquela cidade no panorama actual da indie folk. De lá têm saído alguns dos mais aliciantes trabalhos destes últimos anos, fenómeno que de resto já teve um particular tratamento em passadas edições do Metro. Desta vez Red Hunter rodeia-se de alguns nomes que partilham consigo o mesmo imaginário, como Dana Falconberry e Bill Baird, compondo um trabalho nocturno, descritivo e muito intimista, pontuado por composições de uma beleza latente. Trata-se acima de tudo da confirmação deste rapaz como um dos nomes a ter em conta no território da indie folk.



The Acorn Glory hope mountain (Paper Bag Records; 2007)

01. flood pt. 1
02. crooked legs
03. low gravity
04. even while you're sleeping
05. oh Napoleaon

Peter & The Wolf The ivori palms (S/r; 2007)

01. scarlet & grey
02. the bike of Jonas
03. ghost sandals
04. the beggar's waltz

Metro realizado por Pedro Sousa e Carla Lopes


domingo, 14 de outubro de 2007

Athens, October 1992

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Every streetlight reveals the picture in reverse. Still, it's so much clearer.

I'm not sure all these people understand...



Pedro.

sábado, 13 de outubro de 2007

Radiohead over a nice cup of tea















O site Pitchfork oferece um guia para In Rainbows, que não é mais do que a história de cada um dos temas do novo álbum dos Radiohead ao longo dos anos e da internet. Inclui uma selecção de vídeos do YouTube dos temas tocados ao vivo (à excepção de Faust Arp).

Agora é fazer umas chávenas de chá, juntar uns amigos (daqueles que se importam com a música que ouvem) e ouvir o disco de uma ponta à outra.

Leia-se a mensagem de Thom Yorke no dia do lançamento do álbum:

hard hats on..

hope you are enjoying listening to the download of In Rainbows.
its a relief to us all that finally its out there.
its been a mad couple of weeks.. as i'm sure you can imagine...

"I love pop music to death..... Most great composers rely on folk music. I rely on pop music.
I'm not saying I'm a great composer or that pop music is folk music. There's a whole endless thing going on out there.
You make your little pond but if your pond isn't connected to the river, which isn't connected to an ocean,
it's just going to dry up. It's just a little piss pool. I've lived too long to be happy in a pond."

I found this in WIRE magazine over a pint in the pub last night.. its Robert Wyatt
Thom

click click:
Pitchfork's Guide to Radiohead's In Rainbows
In Rainbows (site oficial)
Radiohead: Dead Air Space


"when im at the pearly gates thisll be on my videotape when Mephistopholis is just beneath and he's reaching up to grab me this is one for the good days and i have it all here in red blue green you are my centre when i spin away out of control on videotape."

inês patrão

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Metro : terça.9.outubro.2007


Beirut: The Flying Club Cup
"Nantes"

"Cliquot"
"The Flying Club Cup"



Vale bem a pena visitar o site oficial do álbum (aqui), para descobrir os vídeos de cada um dos temas do disco tocado ao vivo em locais improváveis de Brooklyn, parceria com os senhores criativos da Blogothèque. Isto não é um concerto qualquer, isto é um "take away show". E este não é um disco qualquer. Depois não digam que não avisámos.



Sunset
Rubdown: Random Spirit Lover
"For the
Pier (and Dead Shimmering)"
"Child-H
eart Losers"
"Stallion"





Vídeo: "For the Pier (and Dead Shimmering)"

Download mp3:
"Winged/Wicked Things"
"Up on Your Leopard, Upon Your Feral Days"

Link: Jagjaguwar (editora)

Entusiasmo e escolha de temas por Pedro Arinto e Inês Patrão

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Wednesday trivialities

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Se um bater de asas na China provoca um sismo do outro lado do globo, do mesmo modo, 250 000 bolas coloridas, ao descerem uma rua de San Francisco, catapultam um até aí desconhecido singer songwriter sueco. É um facto que o percurso de Jose Gonzalez encontra-se intimamente ligado a uma campanha publicitária, e que tal como alguns dos seus pares, poderia ver esse mesmo percurso comprometido e demarcado por aquela cedência, ou não radicasse tais estratégias na repetição exaustiva de um jingle, levada em certos casos a patamares de saturação, e arrastando consigo algumas faixas de qualidade indiscutida. Desde os The Dandy Warhols a Peter, Bjorn & John são vários os exemplos do avanço das grandes marcas sobre o território indie, até há bem poucos anos avesso a integrar as fileiras de uma qualquer operação publicitária ou série televisiva de culto momentâneo.



Daí que se tenha gerado alguma desconfiança em torno deste autor, que em 2005, face ao volume da campanha referida, re-editou o seu primeiro álbum Veneer nos EUA e na Europa, trabalho este, até à altura, distribuido apenas na Escandinávia. As dúvidas recaíam essencialmente na natureza desta procura, que recolocava agora a faixa Heartbeats na playlist de qualquer rádio, fosse etiquetada ou não como mainstream. Deste modo, encontra-se este In our nature marcado não só pelo sempre presente estigma do segundo álbum, como também pela tarefa de devolver Jose Gonzalez ao seu próprio universo.

Em In our nature Jose Gonzalez resiste à tentação de ornamentar as suas construções, marcadas pelo despojamento instrumental e por uma complexa teia de acordes que vai tecendo na sua guitarra. As soluções que encontra são simples, no que diz respeito aos recursos utilizados, porém, encerram uma falsa simplicidade na estrutura de cada faixa. Cycling trivialities, na minha opinião, o ponto mais alto deste álbum, é o perfeito exemplo dessa técnica, numa constante sobreposição de acordes ao longo de oito longos minutos.



Mas In our nature também surge-nos diferente na escrita de Jose Gonzalez; uma escrita consciente e, por vezes, política. Expressão artística de um autor atento ao mundo que o rodeia, e que já não encontra qualquer satisfação num registo meramente imagético. A sua lírica é agora marcada pela denúncia e por alguma inquietação, latente em faixas como Abram ou How low. Não é estranha pois a presença de Teardrop no alinhamento deste álbum, se nos recordarmos que os Massive Attack estão bem longe de ser um projecto politicamente descomprometido.



Já o colectivo We All Have Hooks For Hands não parece talhado para qualquer campanha publicitária. Oriundos de Sioux Falls, South Dakota, apresentam-nos o album The pretender, exercício de indie pop muito próximo daquilo que os Clap Your Hands Say Yeah! conseguiram ao longo de dois trabalhos. Porém as comparações se resumem ao projecto de Alec Ounsworth e companhia, e talvez a mais certeira seja a referência aos Oh No! Oh My!, projecto que também passou aqui pelo Metro, e que assimila uma indie pop celebratória e bastante espontânea, na qual os coros (por vezes nada coordenados) e a imensa quantidade de sintetizadores utilizada são marcas distintivas. Algo que encontramos neste The pretender, um álbum muito fácil de se escutar, de um aparente caos algo desarmante.

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Segunda presença proveniente da Hardly Art Records, editora que alberga também o projecto Arthur & Yu, e que se constituiu como um ramo da Sub Pop Records, os Le Loup são a mais recente descoberta da imprensa indie norte americana. Não vamos aqui discutir se esse é um bom ou mau sinal. Prefiro realçar a qualidade deste seu primeiro trabalho, The throne of the third heaven of nations millenium general assembly, tão intimidatório como o título que ostenta. Tendo sido projectado pelo seu autor, Sam Simkoff, como uma epopeia, a componente literária encontra-se expressa em referências à obra de Dante, assim como à própria estrutura do álbum ao incluir pequenos trechos instrumentais, que separam algumas das faixas, como encontramos também em Illinois de Sufjan Stevens.



Aliás, ele é talvez o fantasma deste album dos Le loup, tal é a sua omnipresença etérea ao longo das suas doze faixas, seja na estrutura do mesmo ou nos intrumentos utilizados que incluem o predilecto banjo, mandolins, assim como os habituais coros que ao longo de Illinois convocam elementos do teatro clássico grego.



Os recursos destes Le Loup são vários, porém, gravitam em torno do trabalho de Sam Simkoff, verdadeiro responsável pelo aparecimento do colectivo de Washington, ao qual foram chegando, ao longo de um ano, os restantes membros integrantes, recrutados em várias áreas artísticas não necessariamente ligadas à música. O mesmo Sam Simkoff, após ter gravado demos de algumas das faixas deste álbum ainda no seu iBook, criou um myspace, o que possibilitou aos Le Loup o ganho gradual de algum culto naquela cidade, distando desde essa altura um pequeno passo para a celebração de um contrato com a Hardy Art Records. Os Le Loup são hoje o perfeito exemplo de uma nova forma de se fazer música, que deve muito às novas tecnologias, não na sua execução, mas sim na sua promoção.



Por fim, destaque para Caribou, aka. Daniel Snaith, projecto no qual a indie pop se cruza com a electrónica, em mais uma viagem pela década de 60, tantas vezes revisitada por projectos como os Super Furry Animals ou os High Llamas, que partilham com Daniel Snaith essa atracção por nomes como Brian Wilson, The Free Design ou The Zombies. Em Andorra, Daniel consegue essa aproximação mais do que em qualquer um dos seus anteriores trabalhos, ao utilizar instrumentos que poderiam ter estado guardados na dispensa de Pet Sounds, e ao conjugar melodiosas vocalizações com a harmonização característica deste tipo de sonoridade. Já descreveram este trabalho de Caribou como música caleidoscópica ou zig zag pelo passado, etiquetas essas que devem agradar bastante ao senhor Daniel Snaith, um professor universitário de matemática que parece ter resolvido algumas das equações deixadas para trás por Brian Wilson.


Metro de 26 de Setembro de 2007

Jose Gonzalez In our nature (Mute; 2007)
01. how low
02. cycling trivialities
03. Abram
04. teardrop
05. the nest

We All Have Hooks For Hands The pretender (Afternoon records; 2007)
01. jumpin' Jean-Luc
02. Elvis' mf Christ
03. the man trying to outfox us all


Metro de 3 de Outubro de 2007

Le Loup The throne of the third heaven of nations millenium general assembly (Hardly Art; 2007)
01. canto I
02. to the stars! To the night!
03. we are gods! We are wolves!
04. i had a dream. I died.
05. howl

Caribou Andorra (Merge; 2007)
01. melody day
02. she's the one
03. Irene


Autoria de Carla Lopes e Pedro Sousa



Radiohead: o sétimo disco é oferta

É quase senso comum considerá-los "a melhor banda do mundo" (não, não vamos aqui ser imparciais). Quanto mais não seja porque podem dar-se ao luxo de fazer, literalmente, o que quiserem. Não bastava terem mudado o mundo da música em 1997 com o lançamento de "OK Computer" (tamanha adulação quase separou a banda, veja-se o documentário "Meeting People Is Easy"), decidem agora lançar o sétimo disco de originais em não menos que três formatos, um deles com contornos inéditos.

In Rainbows vai ser lançado a 10 de Outubro (não tinham eles já dito que o disco não veria a luz do dia antes de 2008?!) em formato digital, disponível apenas através do site oficial do álbum... pelo preço que cada um quiser oferecer. O download está sujeito a uma taxa de transacção e o resto fica, literalmente, à vontade do freguês. Eu cá não tenho dinheiro para pagar o valor que os álbuns dos Radiohead valem, por isso vou pôr de parte 40 libras para comprar a edição "com caixa".

A versão discbox começa a ser enviada pelo correio (a quem a encomendar no site) a partir de 3 de Dezembro. Não bastasse o lançamento de um novo disco dos Radiohead ser motivo para saltar em cima da cama como se tivéssemos 13 anos outra vez, a caixa inclui o álbum em cd e vinyl (!), um segundo cd com mais 8 faixas inéditas, fotografias e artwork, um livro com mais artwork e as letras das músicas e ainda o acesso gratuito (sem taxa, portanto) à versão digital.

O terceiro lançamento, consta que será algures em 2008, no bom e velho formato cd, sendo que a banda ainda procura uma editora para o fazer.

A história do novo álbum aqui.
As reacções ao novo álbum na imprensa aqui.
O site da banda aqui.
A loja oficial da banda aqui.
O site do novo álbum aqui.

Os formatos digital e discbox estão disponíveis para pré-encomenda.
Now start saving your 40 pounds, people!


inês patrão

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Metro : terça.2.outubro.2007



Sunset Rubdown: Random Spirit Lover
"Winged Wicked Things"
(download mp3)






Múm: Go Go Smear The Poison Ivy

"Bles
sed Brambles"
"School Song M
isfortune"
"Winter (What We Never Where After All)"





Múm: "They Made Frogs Smoke Til They Exploded" (single)



Jim
White: Transnormal Skiperoo
"A Town Called Amen"
"Jailbir
d"
"Diamonds to Coal"



por Pedro Arinto e Inês Patrão